viernes, mayo 4

Solarixx e sua brincadeira de imagens



Uma fotografia pode levar o espectador a um tempo passado, por uma viagem por novos locais, pode traduzir emoções, sentimentos e ideias.
O trabalho da fotógrafa argentina Solarixx mergulha num mundo às vezes escuro, às vezes poético e mágico, mas sempre pontilhado de imagens barrocas e bizarras.















Conversamos como Solarixx sobre seu universo onírico, para conhecer melhor seus processos criativos. Confira:
[FalaCultura] – Como é que você começou a trabalhar com fotografia?
[Solarixx] – Eu comencei a tirar fotos e a usar o Photoshop para mexer nelas, há uns quatro anos, como uma forma de  expressão. Gosto de dizer que “brinco com imagens” que não sou fotógrafa, porque os meus trabalhos são produto da experimentação e do instinto, nunca fiz um curso de fotografia ou de Photoshop, e também não estudei numa escola de arte ou faculdade. Sou autodidata e é na experimentação que encontro maior prazer.
Sempre que me pedem uma boa dica sobre o processo das fotografias, eu digo “O mais importante é criar como quando éramos crianças e brincávamos. Brincando só pelo gosto de brincar, sem aguardar por um resultado, só para curtir o momento.”











[FC] – De onde vem a inspiração para criar suas fotografias?
[S] - Muitas das minhas imagens são bizarras, irreais, turvas, imperfeitas, gastas… do mesmo jeito que os sonhos e as memórias. Às vezes trabalho com emoções do presente, e outras procuro na memória emocional, e em outras simplesmente [as fotos] são produto da observação.
Tudo isso é misturado com as músicas que estou escutando no momento e que também são uma fonte imensa de inspiração.




[FC] – Como é o processo para criar uma fotografia, você já tem a imagem na sua cabeça ou você vai construindo aos poucos a imagem?
[S] – Sobre o processo criativo, posso te dizer que não é sempre igual. Por exemplo na minha foto The gravity of love (A gravidade do amor), foi uma ideia que tive na cabeça por um tempo, mas sem uma imagem para representá-la.
Um dia caminhando na rua, achei um passarinho morto, já estava fedorento, assim a ideia que eu tinha tomou a forma de imagem. Peguei o passarinho, corri para casa e pedi à minha filha que saísse na foto. Esse passarinho morto, pendurado em um fio, virou o símbolo que eu precisava para representar minha ideia.
Com ele, eu poderia mostrar como o amor muitas vezes cai, como algo que foi belo e que teve vida em algum momento se transformou em algo doloroso, desagradável é até nojento, mas ainda assim, você não quer abrir a mão e deixar ele ir embora. Então, o que simplesmente pode ser uma imagem macabra de uma menina e um passarinho morto torna-se algo mais.
Acho que essa é a primeira vez que explico o significado de uma foto, na verdade não gosto de fazê-lo. Eu prefiro que o espectador faça sua leitura, que cada pessoa se aproprie delas e as traduza a sua própria língua.














[FC] – E qual seria o papel do espectador na sua obra?
[S] - Eu faço meus trabalhos principalmente para mim, depois se alguem gosta dele é só um bônus.
Acho muito divertido escutar (ou ler) os comentários das pessoas, é por isso que encontro interessantes os sites como Flickr e outros. Ali, as pessoas cobertas pelo anonimato e até pela impunidade, dizem o que sentem sem pretensões intelectuais, e eu gosto disso.


















[FC] – Para encerrar a entrevista, pode deixar para nossos leitores um comentário, uma ideia, uma dica, ou mais algo que você ache importante de falar?
[S] - Geralmente falo que a arte é uma arma que atira em você. O impacto é diferente de acordo com o calibre da bala e da forma como a arma estiver apontada. Não todos temos a arma apontada no mesmo alvo, nem balas do mesmo calibre.
Versión en Español aquí
Entrevista para FalaCultura Marzo 2012

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